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O que acontece quando você de entrega à inveja?

Provérbios diz que a inveja é a podridão dos ossos (Pv 14.30). Tiago liga a inveja à amargura e rivalidade (Tg 3.14, 16). Gênesis mostra que foi a inveja que fez com que os irmãos de José quisessem matá-lo (Gn 37.11) e Mateus diz que foi por inveja que os líderes judeus entregaram Jesus à morte (Mt 27.18). Todos esses textos bíblicos e outros não mencionados já nos apontam o camimho, mas existe um texto da Palavra de Deus, no entanto, que apresenta um raio-X da inveja: o Salmo 73. Ele mostra o que acontece quando nos entregamos à inveja, mas também mostra o remédio de Deus para vencermos esse mal cancerígeno.

Asafe nos diz que quase naufragou na fé por causa de inveja: “quase me resvalaram os pés… pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos maus” (Sl 73.2-3). Então ele passa a descrever como passou a ver o mundo por causa da inveja. Nos versículos 73.4-12, fica claro que a inveja faz com que você veja a vida dos outros como se fosse perfeita e sem dificuldades. Ou seja, a inveja te faz olhar a grama (ou grana) do vizinho como sendo mais verde. O invejoso acha que todos (aqueles com quem ele se compara) são competentes, bem-sucedidos, bonitos e sem lutas. A inveja de Asafe fez com que ele chegasse à conclusão que os ímpios “sempre tranquilos, aumentam as suas riquezas”. Isso é verdade apenas temporariamente a respeito de alguns ímpios, mas de forma alguma é verdade a respeito de todos os ímpios o tempo todo!

A segunda coisa que a inveja faz com você é te convencer que a sua vida é miserável, sem alegria, desprovida do cuidado divino. A inveja te faz cego para as bênçãos de Deus e te convence de que não vale a pena ser crente. A inveja destrói a fé e a gratidão reconhecida. A inveja também coloca um fardo terrível sobre as suas costas. Esse processo aparece no Salmo 73.13-16: “Com certeza foi inútil conservar puro o meu coração… Pois o dia inteiro sou afligido… achei que a tarefa era pesada demais para mim”.

Nos versículos 21 e 22 do Salmo 73, Asafe também ensina com seu exemplo próprio que a inveja te rouba a alegria, te deixa amargurado, te faz ignorar/desprezar a Deus e te emburrece: “Quando o meu coração estava cheio de amargura… eu estava embrutecido e sem entendimento; era como um animal diante de ti”.

Graças a Deus, Asafe não mostra apenas as dificuldades, mas mostra também os remédios para a inveja! Esses remédios aaprecem nos seguintes versículos do Salmo 73: 1, 17-20, 24-28. Os remédios são (1) Reconhecer a bondade de Deus para com os limpos de coração (73.1); (2) ir ao culto e à comunhão dos santos (73.17); (3) entender escatologia e o juízo de Deus (73.17-20, 27); (4) ficar satisfeito com as bênçãos espirituais de Deus sobre você (73.23-26, 28). Que Deus te ajude a vencer a tua inveja com as armas dEle.

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A oração que Deus responde no sofrimento

“Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de acordo com a vontade de Deus, ele nos ouvirá.” (1 João 5.14, NVI)Você tem medo de sofrer?

O medo do sofrimento geralmente vem acompanhado de outros medos: Medo da dor física e/ou emocional, medo de não suportar, medo de perder alguém que amamos, medo de ficar só e não ter com quem contar em meio às dificuldades, medo das coisas piorarem, medo da falta de recursos para enfrentar o problema, medo de se tornar uma pessoa amarga, medo da vergonha, medo do julgamento alheio, medo de não dar bom testemunho em um momento de provação, medo de abandonar a fé, medo de um colapso social, medo de sofrer… Há muitos motivos para se temer o sofrimento e a possibilidade de passarmos por essas experiências é bem real. Quais são os teus medos frente à possibilidade do sofrimento?

Meditar no versículo acima pode nos ajuda a superar os nossos medos, pois ele lembra que se pedirmos algo que seja de acordo com a vontade de Deus, Deus nos responde favoravelmente. O problema é que nem sempre sabemos qual é a vontade de Deus. Oramos e ficamos sem saber se seremos respondidos, pois nem sempre estamos certos de que aquilo que pedimos está de acordo com a vontade divina.

Outras vezes oramos e quando a resposta demora, passamos a crer que Deus não quer responder favoravelmente aquela oração e ficamos sem saber o que pedir. Quando estamos sofrendo, isso pode ser ainda mais complicado. Quando aparecem problemas de saúde, perda de alguém querido, falta de dinheiro e conflitos, dúvidas quanto à vontade de Deus podem passar a fazer parte dos nossos pensamentos diários. Nesses momentos, por vezes, começamos a orar e a pedir várias coisas a Deus e isso é bom e biblicamente recomendado. Podemos pedir para que Deus elimine o problema, nos dê uma solução, devolva a saúde, acabe com o conflito, providencie um emprego…

Mas e se Ele não responder favoravelmente a essas petições específicas? Como ficamos? Será que vamos nos revoltar contra Deus? Será que vamos abandonar a fé? Será que ele não está nos ouvindo? Como saber a vontade de Deus a fim de pedirmos de acordo com ela? A benção é que além das petições acima, existe uma oração que podemos fazer nesse momento que certamente é compatível com a vontade de Deus e podemos ter certeza de que Ele nos responderá favoravelmente: é a oração pedindo a Deus que te ajude a passar melhor pelo sofrimento.

Nas horas difíceis de sofrimento em sua vida peça a Deus que Ele te dê a paz que excede todo entendimento, que Ele fortaleça a tua fé, que Ele permita que em meio ao sofrimento você possa dar testemunho do seu amor por Ele e da sua confiança nele. Peça a Deus que Ele de fato seja o seu bem mais precioso e que em meio a tudo o que você está passando você consiga glorificá-lo. Peça com toda intensidade que Ele te ajude a descansar e se alegrar nele mesmo em meio às dificuldades. Peça que te sustente firme ao lado Ele.

Acredito que pelo que temos nas Escrituras, podemos saber que essas orações são compatíveis com a vontade de Deus e, por isso, podemos ter certeza de que serão orações respondidas afirmativamente em meio ao sofrimento. Nós não sabemos quais são todos os objetivos de Deus em meio às adversidades. Não podemos saber se a doença é para cura ou para a morte, se para riso ou pranto, se a crise resultará em abundância ou escassez e nem sabemos se o conflito vai permanecer independente fazermos a nossa parte ou se Deus vai estabelecer a paz.

Não sabemos qual é a vontade de Deus em meio aos problemas, mas sabemos que a glória de Deus é o Seu grande objetivo e que, portanto, este deve ser sempre o nosso alvo. Esta é a vontade de Deus: a própria glória dele em todas as situações!

O bom testemunho por parte dos seus filhos em meio ao sofrimento vai trazer glória para Deus. Aliás, os momentos difíceis são aqueles em que podemos dar os melhores testemunhos. É em meio ao sofrimento que podemos buscar a glória de Deus de forma mais clara e intensa tanto entre crentes quanto entre descrentes. Os pedidos submissos que visam à glória de Deus sempre serão respondidos, pois refletem a vontade de Deus.

Nós vemos nas Escrituras inteiras a vontade revelada de Deus de que seus filhos saibam passar bem, e junto a Ele, pelo sofrimento. Não é da vontade de Deus que em meio ao sofrimento os seus filhos se afastem e deem mal testemunho. Então faça isso: peça a Deus que em meio ao sofrimento fortaleça a sua fé para que você possa testemunhar o quanto Ele é suficiente, o quanto ele basta, que Ele é tudo o de quê você precisa. Ele é melhor do que saúde, paz, conforto, dinheiro e ausência de luto. Ele é suficiente!

Não tenha medo do sofrimento. Peça a Deus que fortaleça a tua fé em meio ao sofrimento, que te faça ter alegria nele e que o glorifique independente das circunstâncias. Você poderá ter a confiança de que será ouvido e que mesmo em meio às dificuldades pode ter alegria nele e ser instrumento de bom testemunho para a glória dele. Que eu e você aprendamos a orar assim e que tenhamos plena confiança de que Ele nos ouvirá.

“Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de acordo com a vontade de Deus, ele nos ouvirá.” (1 João 5.14, NVI)

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Um Caso de Aconselhamento de Casal (Sessão Final)

João Paulo e Juliana Thomaz de Aquino[1]

 

Depois de terem lido o livro “Quando Pecadores Dizem Sim” inteiro, Otávio e Valéria marcaram a sua última sessão de aconselhamento com o conselheiro Renato. Depois de se cumprimentarem, Renato perguntou ao casal quais foram as lições principais que haviam extraído do livro.

Valéria falou que o capítulo 6, que narrou com detalhes a história do casamento, adultério e restauração de Cindy e Jeremy, foi doloroso de ler, pois ela se colocou no lugar de Cindy e viu o quanto precisava crescer em aprender a perdoar. Otávio também disse que se identificava com Jeremy no fato de ser orgulhoso, achando que as reclamações de Valéria não eram justas, considerando o marido maravilhoso que ele era. “Durante algumas de nossas discussões, eu realmente cheguei a pensar algumas vezes que tantas outras mulheres seriam muito agradecidas por estarem casadas com um marido tão bom e fiel quanto eu”, disse Otávio envergonhado.

Valéria continuou meio enrubescida: “Outro capítulo que me chamou muito atenção, foi o capítulo 9, sobre sexo. Creio que eu estava permitindo que incredulidade e amargura tomassem conta do meu coração e por isso ficava tão difícil de me entregar e inventava desculpas. Eu e Otávio temos conversado mais abertamente sobre este assunto”. Otávio também comentou que não tinha pensado no sexo como algo tão santo e que entendeu que estava faltando no seu dever de cultivar o romance com sua esposa e consequentemente a vida íntima deles.

O conselheiro, então, perguntou o que Otávio tinha achado do capítulo 8, sobre a graça  e comentou que tal capítulo ajudava a ver o quando somos dependentes de Deus e não podemos viver sendo graciosos conosco mesmos. Otávio, por sua vez, respondeu que se deparou com essa tendência sua por meio das sessões de aconselhamento: “Bem, eu acredito que tenho a tendência de ser bonzinho demais comigo mesmo e preciso me ver mais como um pecador dependente da graça de Deus. Estou aprendendo que meu pecado é mais profundo do que normalmente eu via”.

Satisfeito com o progresso que o casal havia feito em tão pouco tempo, Renato orou com eles no meio da sessão, agradecendo pela transformação que Deus estava fazendo nessa família. Depois de orar, o conselheiro continuou: “Então, meus irmãos, é fundamental que vocês continuem cuidando do seu casamento. Otávio e Valéria, prestem atenção nas reclamações do outro e tratem-nas com seriedade, mesmo quando o assunto não parecer tão sério para aquele que ouve a reclamação. Ao mesmo tempo, lembrem-se de serem gentis ao apresentar as falhas um do outro. Deus tem um casamento ótimo reservado para os seus filhos, mas isso tem um custo alto, que é o nosso esforço, criatividade e decisão de colocar o outro, e não nós mesmos, na posição de pessoa mais importante. Isso é especialmente importante para você, Otávio, como responsável pelo teu lar. Encontrem amigos maduros na fé que possam ajudar vocês nos momentos de dificuldades e ajudem outros casais com as experiências de vocês”.

Renato continuou: “Caso vocês precisem de ajuda novamente, lembrem-se de buscar essa ajuda, assim como vocês fizeram. Em geral, os homens têm maior dificuldade em buscar ajuda; são mais orgulhosos e acreditam que pedir socorro é um sinal de fraqueza e fracasso, de que não dão conta de manter a família.” Otávio confirmou este fato, dizendo que embora Valéria já tivesse sugerido que procurassem ajuda, ele demorou mais do que deveria ter demorado para aceitar.

O conselheiro continuou: “É importante lembrar que por vivermos em um mundo caído, desde o dia em que escolhemos alguém para namorar, já existem motivações que futuramente se transformam contra nós”. Ele explicou: “Quando escolhemos uma namorada ou namorado, além de boas motivações também existem as motivações pecaminosas, egoístas, que nem nós mesmos conhecemos. O que acontece é que, com o passar dos anos e com as mudanças que vivemos, aquilo que satisfazia essas motivações pecaminosas deixa de existir, ou nos tornamos ainda mais egoístas e o resultado é que o sentimento, a admiração e o valor que dávamos para nosso cônjuge também se modificam. Esse é um dos motivos pelos quais as brigas acontecem e é importante que nesse momento, reconheçamos nossa incapacidade de resolver os problemas sozinhos. Isso é sinal de maturidade e não de fraqueza. Podemos evitar muito sofrimento e desgaste se procurarmos ajuda no momento certo. Aos poucos, vocês mesmos vão crescendo em se autoconhecer e abrindo caminho para conhecer o outro e entendê-lo melhor”.

Valéria comentou que achava aquilo que o conselheiro estava dizendo muito interessante e que gostaria de uma indicação de livro sobre o assunto. Renato indicou os livros “O que você esperava” e “O Significado do Casamento”.

Tendo passado um pouco do horário, Renato pediu para Otávio orar, o qual, depois, abraçou o conselheiro e lhe dirigiu palavras sinceras de gratidão, sendo seguido por Valéria. E assim ambos se foram.[2]

 

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[1] João Paulo e Juliana são casados há 18 anos e são pais de três crianças lindas. Ju é formada em psicologia, psicopedagoga e atua como conselheira bíblica. João é pastor, professor do CPAJ doutor em Novo Testamento. Para as sessões anteriores clique aqui: sessão 1, sessão 2 e sessão 3.

[2] Nós tivemos vários objetivos com essa série sobre sessões de aconselhamento bíblico para um casal em crise. Queríamos escrever algo juntos, como casal, e esta série foi o primeiro resultado disso. O processo da escrita nos fez muito bem! Também queríamos de alguma forma ajudar os casais, tanto criando um material que lhes possa ser útil e motivo de diálogo, quanto motivando-os a buscar ajuda de conselheiros bíblicos. Finalmente, esperamos também que essa série contenha dicas práticas que possam ser usadas por outros conselheiros. Caso você tenha sido abençoado com essa série e deseja compartilhar conosco a sua história, será um prazer ouvi-lo(a). Deixe-nos uma mensagem nos comentários.

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Um Caso de Aconselhamento de Casal (Sessão 4)

João Paulo e Juliana Thomaz de Aquino[1]

 

Renato recebeu Otávio e Valéria em seu consultório e, depois dos cumprimentos iniciais disse-lhes que o objetivo dessa sessão seria fazer uma avaliação de como eles estavam lidando com seus problemas à luz de tudo o que haviam falado um para o outro e de todas tarefas que haviam feito. Assim, Renato apresentou aos dois uma lista de reclamações que haviam feito um do outro e de outros erros que ele mesmo via em ambos. O conselheiro deixou claro que a lista não era exaustiva, mas um lembrete para que pudessem usar na conversa daquele dia e das conversas entre eles nos próximos dias. A lista era a seguinte:

 

Erros de Otávio Erros de Valéria
Frio Não valoriza Otávio
Egoísta Critica Otávio publicamente
Sem vontade de mudar Não se entrega sexualmente a Otávio
Não valoriza sua esposa devidamente Traz à tona erros do passado
Agradador com outros e não com sua esposa Ciúmes
Não é romântico Exageradamente nervosa e exigente
Erros Comuns aos Dois
·         Não fazia suas devocionais
·         Cedendo à um pensamento secular quanto ao casamento
·         Prioridades erradas (importante x urgente)
Consequências
·         Sem diálogo
·         Sem alegria
·         Sem vida a dois (diálogo, romance e sexo)
·         Não prover uma família estruturada para Luana
·         Não refletir adequadamente o relacionamento entre Cristo e a Igreja

 

Após alguns minutos de silêncio em que cada um olhava envergonhado para a sua parte da lista, o conselheiro disse que eles haviam tratado de alguns assuntos do ponto de vista bíblico e que a Bíblia tinha que ser aplicada na vida de forma prática. “Na primeira sessão eu falei com vocês sobre o perdão e os textos bíblicos foram sobre a necessidade de cada um de vocês ver a si mesmo como um pecador diante de Deus que tem obrigação de perdoar o outro”, disse Renato. “Na segunda e terceira sessões, vocês, além de apontarem os erros um do outro, também tiveram que se lembrar e reconhecer as qualidades um do outro. Tantas vezes, em nosso egoísmo, ficamos tão focados em aliviar o nosso sofrimento que deixamos de valorizar as qualidades de nosso cônjuge e justificamos os nossos próprios pecados. Isso nunca é correto. Os textos bíblicos da segunda semana enfatizaram que Deus é o personagem central de nossas histórias e que, por causa dEle, nós devemos cumprir com nossas obrigações espirituais e relacionais”. Nessa hora Renato perguntou aos dois se estavam lendo o livro que ele havia recomendado, “Quando Pecadores Dizem Sim”. Ambos responderam afirmativamente e ele lhes perguntou qual estava sendo a utilidade prática do livro.

 

Otávio falou que não estava conseguindo fazer um capítulo a cada dois dias, conforme solicitado, mas estava se esforçando para ler o máximo possível. Ele disse ser interessante que apesar de ser cristão há tanto tempo, ele nunca havia pensado sobre o seu casamento de maneira tão “teológica”. “Parece-me que normalmente não fazemos uma aplicação de coisas como pecado, lei, graça, perdão de Deus para o nosso casamento. A frase que mais gostei do livro até aqui foi ‘O que acreditamos sobre Deus determina a qualidade do nosso casamento” (p. 17).

 

“E você, Valéria?”, perguntou Renato. Valéria disse que na questão entre lei e graça ela se sentia mais pendente para o lado da lei do que da graça. Ela tinha dificuldades de aceitar graça de Deus para com ela e também tinha dificuldades de estender graça a outros, incluindo Renato. “Para mim”, disse Valéria, “a parte do livro que mais me chamou a atenção foi o capítulo cinco. A última frase dele diz assim: ‘A misericórdia nunca se esgota porque é capaz de cobrir tudo que toca. Ela torna agradável tudo o que toca porque é vinda do céu – do próprio trono do salvador misericordioso. A misericórdia é uma bênção para aqueles que recebem e aqueles que dão. Receba toda a misericórdia que você puder. E não se esqueça de passar adiante’” (p. 88).

 

Renato perguntou a Otávio se ele achava que eles estavam progredindo. Com um sorriso no rosto, Otávio disse um sim convicto. Disse que nas últimas semanas eles haviam gastado mais tempo juntos, tendo conversas produtivas sobre seu casamento, prioridades, orçamento e tiveram alguns momentos juntos como há bastante tempo não tinham.

 

Valéria disse que eles estavam reaprendendo muito sobre seu casamento e sobre Deus. Disse que Luana havia comentado que estava se sentindo mais feliz e isso a deixou muito contente. Valéria também disse que tinha medo de regredir como casal depois que parassem as sessões de aconselhamento.

 

“Vocês vão continuar enfrentando dificuldades em seu casamento, afinal, vivemos em um mundo caído e manchado pelo pecado! Lembrem-se, no entanto, de que quanto mais próximos de Deus ficarem por meio de leitura da Bíblia, oração, comunhão com pessoas maduras na fé e serviço cristão, mais vocês vão progredir e refletir o caráter de Cristo um no outro e para o mundo”, aconselhou Renato e continuou:

 

“Continuem lendo o livro, escolhendo algum texto do mesmo para meditar e aplicar de maneira especial. A outra tarefa para hoje é a seguinte, eu quero que vocês olhem cuidadosamente e diversas vezes a folha com os erros de vocês e, para cada erro, decidam duas atitudes práticas que ajudarão a resolver aquela questão. Quero que liguem para marcarmos a última sessão quando vocês terminarem a leitura do livro, a não ser que algo mais urgente surja”.

 

Após orarem juntos, Renato se despediu do casal.

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[1]  João Paulo e Juliana são casados há 18 anos e são pais de três crianças lindas. Ju é formada em psicologia, psicopedagoga e atua como conselheira bíblica. João é pastor, professor do CPAJ doutor em Novo Testamento. Para as sessões anteriores clique aqui: sessão 1, sessão 2 e sessão 3.

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Um Caso de Aconselhamento de Casal (Sessão 3)

João Paulo e Juliana Thomaz de Aquino[1]

 

Otávio e Valéria chegaram adiantados para a sessão daquela segunda-feira.[2] Na sala de espera, Otávio ficou pensando no que falaria naquela sessão e se valia a pena, pois as coisas estavam um pouco melhores e ele tinha medo de estragar tudo. Depois de os chamar para entrar, o conselheiro Renato perguntou se eles haviam feito as tarefas da semana. Ambos responderam que sim e que as leituras bíblicas diárias estavam sendo muito úteis, embora nem sempre conseguissem aplicar o texto de maneira prática. Renato falou um pouco sobre isso, dizendo que a aplicação prática da Bíblia não acontece de forma automática, mas implica em gastar um tempo pensando no que aquele texto ensina a respeito de Deus, dos seres humanos e do mundo, e como esses ensinos se aplicam de maneira prática à nossa realidade e dificuldades que estamos vivendo.

Ainda sobre as tarefas, Otávio e Valéria comentaram também o quanto a tabela de urgente X importante os havia ajudado a ver que o tempo deles estava se esgotando com coisas como reuniões, pagar contas, trânsito, adiantar trabalho, cozinhar, lavar e passar, arrumar a casa e bastante tempo gasto em televisão, redes sociais e Internet. Por causa dessas coisas, diversas outras importantes não estavam tendo o lugar devido na vida deles como tempo a dois, tempo de qualidade com Luana, devocionais, tempo para servir a Deus na igreja, envolvimento com um dos pequenos grupos da igreja e tempo para Otávio fazer o MBA que ele tanto queria. Ambos entendiam que precisavam melhorar a maneira que gastavam seu tempo e dinheiro e Renato pediu para que eles fizessem uma agenda  e um orçamento familiares baseados na tabela de urgente X importante e trouxessem na próxima semana.

Renato, então, se virou para Otávio e disse que era o dia dele falar e que as regras eram as mesmas da semana anterior, antes de cada crítica, um elogio. Ele começou dizendo que as coisas estavam melhores e que ele até mesmo ficava temeroso de falar e voltar à estaca zero novamente. Renato lhe assegurou que quanto mais eles se conhecessem, conversassem e resolvessem seus problemas, mais próximos ficariam um do outro e que foi o não falar mais do o falar que havia causado suas dificuldades. Renato pediu que Otávio falasse diretamente para Valéria o que ele tinha a dizer, o que tornou as coisas muito mais difíceis e mais significativas também. Então, Otávio começou:

“Valéria, você é uma mulher muito bonita e inteligente. Isso me chamou muito a atenção em você quando ainda éramos apenas amigos. Você era a moça mais bonita que eu conhecia e não era fútil, sem conteúdo, mas se mostrava sempre curiosa para conhecer coisas novas.” Otávio se virou para Renato e continuou: “Agora, uma questão que eu gostaria de falar da Valeria é que…” Nessa hora Renato lembrou que Otávio deveria falar para Valéria. “Ok”, disse Otávio meio a contra-gosto. “Valéria, eu gostaria que você fosse mais disposta a nos relacionarmos sexualmente, pois na maioria das  vezes você se diz cansada e não demonstra nenhum interesse por nossa relação nessa área. Acho muito ruim ter que insistir tanto para ter uma relação sexual com minha esposa. Parece que sexo é algo ruim que você faz por obrigação e que é um favor que você faz para mim.” Otávio falava como quem estava bastante chateado.

Renato lembrou que Otávio deveria fazer um elogio e Otávio disse: “Apesar de você trabalhar fora e chegar cansada do trabalho você é muito atenciosa com Luana. Você está sempre preocupada e interessada na vida de nossa filha. Mas algo que tem me incomodado bastante é o fato de  você, até por trabalhar fora e estar sempre cansada, achar que está justificada quanto ao seu nervosismo exagerado. Mesmo eu te ajudando nas tarefas da casa, nunca é o suficiente e você está sempre à flor da pele com as exigências que você mesma se impõe. Isso têm minado o nosso relacionamento, pois não tenho mais vontade de conversar com você, já que as nossas pequenas conversas acabam sempre em reclamações e discussões”.

Valéria estava chorando e Renato pediu a Otávio que pegasse nas mãos de sua esposa e lhe fizesse uma declaração de amor relacionada à tudo aquilo que ele tinha acabado de falar. Sentindo-se triste e aliviado ao mesmo tempo Renato disse: “Meu bem, você é a mulher com quem eu escolhi viver a minha vida toda porque eu te amo. Você continua linda e é porque eu te amo que eu sinto vontade de fazer amor com você. Desculpe-me se falei coisas duras, mas realmente quero melhorar o nosso casamento. Conte comigo sempre.”

O conselheiro explicou ao casal a importância dos conselhos de Provérbios 27.5-6: “Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto. Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos.” Ele disse que ambos haviam falado coisas duras um para o outro e que certamente havia verdades naquilo em que se acusaram e que durante aquela semana eles deveriam avaliar seus próprios erros como marido e esposa e buscar melhorar, mesmo naquilo em que achavam que o outro havia exagerado ou sido injusto. Além de fazer a agenda e o orçamento familiar, eles deveriam sair novamente com Luana. A tarefa diária seria a leitura do livro (disponibilizado gratuitamente na Internet) “Quando Pecadores Dizem Sim”. Eles deveriam ler um capítulo a cada dois dias, escolhendo a cada dia um trecho bíblico que mais chamou a atenção. Esses textos bíblicos com duas ou três linhas de comentários deveriam ser anotados em uma folha, juntamente com comentários pessoais sobre o livro e trazidos na próxima sessão. Após pagar a sessão, Otávio agradeceu e se despediu de Renato dizendo  que ele os estava abençoando muito e que ele se sentia mais próximo de sua esposa e de Deus.

 

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[1] João Paulo e Juliana são casados há 18 anos e são pais de três crianças lindas. Ju é formada em psicologia, psicopedagoga e atua como conselheira bíblica. João é pastor, professor do CPAJ doutor em Novo Testamento.

[2] Para as sessões anteriores clique aqui: sessão 1 e sessão 2. Esses posts apresentam um caso fictício que representa muitos casamentos. Ao mesmo tempo em que cada relacionamento tem dinâmicas únicas, muitos problemas que os casais enfrentam são bastante comuns e dizem respeito ao desprezo em fazer o básico e deixar que o pecado do egoísmo em vez do serviço tome conta do coração.

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Um Caso de Aconselhamento de Casal (Sessão 2)

João Paulo e Juliana Thomaz de Aquino[1]

Uma semana se passou.[2] Valéria e Otávio vieram para a segunda sessão de aconselhamento com o Renato, o conselheiro bíblico que os está ajudando em sua crise matrimonial. Valéria fez todas as tarefas (devocionais e leituras), Otávio falhou em algumas. Eles relataram que a semana foi um pouco melhor e que conseguiram conversar um pouco mais, mas no dia anterior ao da reunião tiveram uma briga muito feia.

Renato perguntou o motivo da briga. Otávio disse que o ciúmes de Valéria havia gerado a briga. Valéria, por sua vez, disse que Otávio não se comportava de forma que ela tivesse confiança nele. O conselheiro propôs, então, que, naquele dia, Valéria teria mais tempo para falar e, na próxima sessão, Otávio falaria mais. Ela poderia falar dos defeitos de Otávio, mas antes de cada defeito, teria que pontuar alguma coisa boa a respeito de seu esposo. Otávio ficou meio contrariado por se sentir o alvo naquela sessão, mas topou. Valéria não achou nada ruim.

Valéria começou falando que Otávio era um bom pai. O carinho e cuidado dele com Luana eram muito grandes e Luana adorava o pai. Dever cumprido, Valéria reclamou, bem emotiva, que Otávio não a fazia se sentir amada. O jeito simpático dele com todo mundo fazia com que ela se sentisse apenas mais uma e não em uma posição especial como sua esposa. Ela não gostava do fato de que ele dava atenção para todas as pessoas, mas a ela não. “Por vezes parece até que os problemas da atendente do mercado são mais importantes para Otávio do que os meus”. Otávio ficou queimado com o comentário e quis falar, mas o conselheiro pediu a ele que desse espaço e liberdade para Valéria. Quando ela começou a reclamar do segundo aspecto, Renato a lembrou que ela tinha que fazer outro elogio.

Foi difícil lembrar de algo bom naquele momento, visto que as emoções estavam tão negativas, mas ela comentou que Otávio era muito esforçado com relação ao trabalho dele. Ela admirava o quanto ele era inteligente e esperto em administração. Disse que ele estudava muito para estar sempre atualizado e que os seus patrões ficavam sempre impressionados com o domínio que Otávio tinha de sua área de atuação. Valéria disse ainda que se sentiu muito orgulhosa quando ele ganhou uma promoção há dois meses atrás. Ela disse que o admirava muito como profissional. Otávio estava genuinamente impressionado. “Você nunca me disse nada disso”, ele falou sorrindo com o canto da boca. Eles trocaram um olhar diferente, carinhoso.

“Agora a crítica”, disse o conselheiro. Valéria disse que gostaria que Otávio a convidasse mais para sair, organizasse encontros a dois, sem Luana. Desde que Luana nasceu eles tiveram pouquíssimas noites fora e ela sentia falta disso. Era como se o trabalho, os compromissos com Luana, os amigos e a igreja estivessem sufocando o tempo dos dois. Otávio se esforçou para não se sentir atacado e concordou que realmente precisavam dar mais tempo e atenção para seu relacionamento em vez de apenas ir cumprindo compromissos e demandas urgentes. O conselheiro percebeu que no decorrer dessa sessão, as cadeiras dos dois tinham se aproximado. Tendo terminado as queixas principais de Valéria, Renato pediu a ela que resumisse tudo em uma frase. Valéria disse: “Não me sinto cuidada por Otávio”.

O conselheiro perguntou a Otávio quais eram as coisas mais importantes em sua vida, ressaltando a necessidade de ser sincero consigo mesmo. Após pensar por alguns minutos, com a sala em silêncio, Otávio respondeu: “Desde criança tenho aprendido e tentado colocar Deus em primeiro lugar de importância em minha vida, minha família em segundo e meu trabalho e igreja em terceiro e, embora não de forma perfeita, acho que tenho conseguido fazer isso com certo sucesso”. Nesse momento, o conselheiro perguntou: “O que você tem feito que demonstre que essas prioridades realmente estão no lugar onde você as colocou?”

Otávio, como quem não gostou da pergunta e na defensiva, começou a se explicar… Renato o interrompeu e disse: “eu quero que você me apresente fatos em sua vida que comprovem o que você me disse acerca de suas prioridades.” Otávio recomeçou: “Bom, eu tenho feito minhas devocionais…”. “Com qual frequência?”, perguntou o conselheiro, já que ele não havia feito todas as leituras bíblicas indicadas na sessão anterior. Otávio baixou a cabeça e assumiu que estava falhando nisso. Ele disse que houve uma época em que lia a Bíblia diariamente e livros devocionais com bastante frequência, mas há algum tempo já não lia diariamente a Bíblia, nem tinha um tempo a sós com Deus. Otávio ficou em silêncio por um momento e disse que precisava repensar suas prioridades, pois percebera não ter argumentos suficientes para sustentar as prioridades que dizter.

Como a sessão estava chegando ao fim, Renato passou para a parte de instruções das tarefas da semana, querendo deixar a interrogação na cabeça de Otávio. Tanto Otávio como Valéria, separadamente, deveriam colocar em um caderno quais eram as coisas urgentes e corriqueiras de suas vidas, coisas que não podiam esperar, desde as mais simples às mais complexas e quais eram as coisas importantes de suas vidas. Uma tabela simples com quatro colunas: Urgente – Atitudes Práticas – Importante – Atitudes Práticas. A tarefa deveria ser trazida na próxima sessão. Além disso, Otávio teria que organizar uma noite fora para os dois terem um tempo a sós. Renato falou para ambos lerem os textos abaixo, em uma versão com linguagem fácil (NTLH) e com o seguinte tema em mente: Deus como prioridade e as prioridades de Deus. Deles também deveriam fazer anotações em um caderno comentando algo a respeito do que leram.

Dia 1: Deuteronômio 6.1-16
Dia 2: Êxodo 20.1-17
Dia 3: Ageu 1.1-15
Dia 4: Colossenses 1.13-23
Dia 5: Colossenses 3.1-4, 3.12-17
Dia 6: Colossenses 3.18-25
Dia 7: 1 Timóteo 3.1-13

Após se despedirem de Renato, Valéria e Otávio foram embora de mãos dadas.

 

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[1] João Paulo e Juliana são casados há 18 anos e são pais de três crianças lindas. Ju é formada em psicologia, psicopedagoga e atua como conselheira bíblica. João é pastor, professor do CPAJ doutor em Novo Testamento.

[2] A primeira sessão desse caso fictício pode ser lida em: https://menteecoracao.com.br/2020/07/01/um-caso-de-aconselhamento-de-casal-sessao-1/

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Um Caso de Aconselhamento de Casal (Sessão 1)

Por: João Paulo e Juliana Thomaz de Aquino[1]

 

Otávio e Valéria tem 10 anos de casamento.[2] Eles tem uma menina linda de oito anos, Luana, e moram em uma casa bem aconchegante, da qual ainda pagam prestações. Não são ricos, mas também não passam necessidade financeira. Valéria se converteu na adolescência e Otávio é filho de presbítero. Quem os conhece superficialmente pensa que eles tem uma vida perfeita, mas o casamento deles está enfrentando uma crise profunda e está prestes a acabar.

 

Otávio reclama que Valéria não o valoriza, critica-o muito para outras pessoas e disse que eles praticamente não tem mais vida sexual, pois Valéria está sempre cansada demais. Nas discussões, diz Otávio, Valéria traz à tona erros do passado e o trata como se os maridos de todas as suas amigas fossem melhores do que ele.

 

Valéria diz que Otávio é frio e não se importa com os sentimentos dela. Ela diz que ele é egoísta, não se importa com o relacionamento deles, nem demonstra vontade de mudar em seus erros. Ela não se sente valorizada como mulher nem como mãe, também não se sente amada. A irmã de Valéria, que frequenta uma igreja evangélica, mas sem compromisso, fala constantemente para ela que já havia passado da hora de deixar Otávio. Dois colegas de trabalho de Otávio, os mais íntimos, fazem brincadeiras com ele por causa de sua situação matrimonial.

 

Foi assim que ambos chegaram para buscar aconselhamento bíblico. Embora não aguentem mais ficar casados, algo dentro deles estava dizendo que deveriam buscar a ajuda de Deus antes de desistirem de vez. Na verdade, ainda havia um sentimento de um para com o outro, mas eles não conseguem mais dialogar, nem resolver os problemas e nem sair da situação em que estão. Estão presos em uma situação ruim e não sabem como sair.

 

O conselheiro primeiramente ouviu as versões de ambos e reclamações que faziam um do outro, intervindo de vez em quando para que Valéria deixasse Otávio falar e para que ele não fosse sarcástico. À medida em que o tempo daquela primeira sessão de aconselhamento estava acabando, o conselheiro falou sobre a necessidade do perdão, explicando-lhes rapidamente Colossenses 3.12-17, enfatizando, especialmente o versículo 13: “”. Depois disso o conselheiro lhes passou algumas tarefas a serem feitas naquela semana, antes da próxima sessão. Eles deveriam assistir o filme “A História de Nós Dois“; ler um texto da internet; ir ao zoológico com a Luana e voltar a fazer as suas devocionais pessoais. Os seguintes textos bíblicos deveriam ser lidos naquela semana:

 

 

Renato, o conselheiro bíblico que estava ajudando Otávio e Valéria, também lhes disse que, naquela semana, deveriam evitar ao máximo falar sobre os aspectos ruins do seu casamento. Em vez disso deveriam conversar sobre o filme, o passeio e focar nas coisas boas e belas de seu relacionamento e conquistas juntos, praticando a  gratidão para com Deus, com Luana e um com o outro. A incredulidade e desânimo cederam um pouco e deram um pequeno espaço à esperança.

 

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[1] João Paulo e Juliana são casados há 18 anos e são pais de três crianças lindas. Ju é formada em psicologia, psicopedagoga e atua como conselheira bíblica. João é pastor, professor do CPAJ doutor em Novo Testamento.

[2] O caso que narramos aqui é fictício. Ao mesmo tempo é um amálgama das histórias de muitos casais que já conhecemos e aconselhamos. Nós mesmos nos vemos em algumas dinâmicas pecaminosas deste casal. Em oração pedimos que Deus use essa história singela e as demais que pretendemos escrever nesta série para abençoar tantos casais que têm sofrido crises causadas pela carne, pelo mundo e pelo Diabo. Tratamos aqui as coisas de maneira bem breve e tudo dando muito certo. Em sessões de aconselhamento, as situações são um tanto mais demoradas, complicadas e matizadas.

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Tecnofobia? O que é e o que fazer se acometido?

Zoom, YouTube, Instagram, Facebook, inúmeros Apps, computadores, tabletes, smartphones, Smart TVs, caixas eletrônicos e a lista segue! É live disso pra cá, live daquilo pra lá. Enquanto uma live é assistida em um cômodo da casa, outras são vistas nos outros cômodos. Tem gente que assiste duas lives ao mesmo tempo: uma no tablete e outra no smartphone, enquanto conversa no chat, posta no Instagram e fala no WhatsApp….ufa!! E enquanto tudo isso acontece no mundo altamente tecnológico dos nossos dias, alguém está desesperado, tentando fugir de qualquer situação de interação virtual.

Talvez você nunca tenha ouvido falar de tecnofobia, mas esse é um mal que existe e é natural que aumente em uma época de quarentena, na qual nos tornamos ainda mais tecnodependentes. Tecnofobia pode ser definida como o “Medo patológico dos avanços técnicos e tecnológicos ou dos objetos ou funcionalidades que são resultado desse avanço” (Dicionário Priberam). Já “tecnófobo” é definido no Dicionário Cambridge como alguém que não gosta de nova tecnologia, especialmente de computadores, e não é capaz de usá-los com confiança.

A pessoa acometida pela tecnofobia, pode se ver paralisada frente às obrigações atuais de ter que trabalhar em home office usando tecnologia ou simplesmente por participar de momentos da igreja ou familiares que envolvam o uso das tecnologias. Assim, esse medo paralisante pode trazer grande prejuízo no trabalho e nos relacionamentos sociais.

Embora ainda não tenhamos tantas informações a respeito desse mal específico que é relativamente novo, “fobia” é um termo mais conhecido, descrito inclusive em manuais psiquiátricos de  diagnósticos. A fobia é caracterizada por um grande medo ou ansiedade acerca de situações ou objetos; medo ou ansiedade acentuados ao ter contato com o objeto temido ou a situação evitada. A pessoa com fobia evita de todas as formas possíveis o contato com o objeto ou a situação fóbica ou acaba por suportá-los com intensa ansiedade, angústia e sofrimento. A consequência é que toda essa evitação ou sofrimento acarretam em prejuízo para a vida da pessoa, podendo ser um prejuízo profissional e/ou social e/ou em outras áreas da vida. [1]

No atual momento de isolamento social que estamos vivendo, em que precisamos usar muito mais os recursos tecnológicos e eletrônicos para trabalhar e para manter algum tipo de contato social, a tecnofobia pode aparecer com ainda mais força e precisamos falar sobre isso. É importante salientar que, geralmente, a tecnofobia acomete pessoas mais velhas, que não têm tanto domínio do uso das tecnologias eletrônicas, simplesmente porque não nasceram em tal contexto. Mas ela também pode atingir pessoas mais jovens que simplesmente não gostam de eletrônicos ou ainda por condições socioeconômicas impeditivas de um maior contato com a tecnologia e quando a pessoa se vê em necessidade de usá-la, pode ocorrer essa grande ansiedade. As seguintes  sensações podem acontecer com alguém que está passando por essa difícil experiência: 

·       Uma grande sensação de impotência e incapacidade para executar o trabalho ou a tarefa proposta por causa, não da tarefa em si, mas pelo uso da tecnologia.

·       Medo de apagar algum arquivo importante. Ou de alterar coisas sem a intenção. 

·       Medo de mandar mensagens, fotos, vídeos involuntária e indevidamente.

·       Temor de danificar algum programa ou equipamento eletrônico.

·       Medo de não conseguir responder a algum comando exigido na interação virtual. 

            Ou seja, a tecnofobia é um medo angustiante ou aversão que um indivíduo tem de usar os aparelhos e ferramentas tecnológicas de forma indevida, acarretando assim, em consequências negativas que são intensamente temidas pela pessoa. 

Se, por um lado, a grande ansiedade sobre tecnologia que uma pessoa pode experimentar tende a ser algo negativo, por outro lado, o exagero no uso de tecnologia que caracteriza tantas pessoas em nossa época também deve ser percebido, refletido e dosado. É importante enfatizar que ninguém tem a obrigação de aderir a esse uso exagerado da tecnologia. Uma pessoa que não goste de eletrônicos ou que sofra de tecnofobia, pode, e até deve, buscar superar os medos e aprender a usar a tecnologia em suas necessidades, mas não precisa se tornar um amante e usuário assíduo da tecnologia.

Deus em sua palavra nos diz que não devemos ter medo, mas confiar nele: “não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Isaías 41.10).

O que fazer se você está com tecnofobia?

1.     Entenda que não é só você que passa por isso. Por vezes tendemos a pensar que somente nós temos essa ou aquela dificuldade. Como vemos todos aparentemente lidando muito bem com eletrônicos e ferramentas tecnológicas, podemos achar que só nós somos incapazes e incompetentes. Você não está só! Muitas pessoas, em diferentes níveis, passam por uma experiência semelhante à sua.

2. Entenda que os medos precisam ser enfrentados. Você mesmo já deve ter enfrentado outros medos com sucesso! À medida que o tempo passa e não enfrentamos ou tratamos dos nossos medos, esses temores tendem a crescer e não diminuir.

3. Foque naquilo que você necessita aprender. Você não precisa se tornar um especialista. Faça uma análise das necessidades reais. Talvez você precise aprender apenas o necessário exigido por suas atribuições no trabalho, ou quem sabe, o mínimo, de forma a manter relacionamentos com familiares distantes e uma vida social saudável.

4. Busque uma ajuda nessa área específica. Consiga ou contrate alguém que te dê aulas básicas e te prepare para mexer nos eletrônicos e recursos específicos que você precisa usar no seu dia a dia. Você não precisa virar um expert da internet, computadores e celulares. Lembre-se que ninguém exige que você se torne um especialista e profundo conhecedor no assunto, mas busque aprender o necessário para o desempenho das tarefas que você precisa executar. Você pode pensar: “Mas meu filho(a), neto(a), sobrinho(a) já tentou e eu não aprendi…”. Note, nem sempre o parente terá a didática necessária, ou a paciência exigida para repetir e fazer você praticar quantas vezes forem necessárias. Se alguém tem um bloqueio na aprendizagem devido ao medo, é necessário que a ação seja repetida diversas vezes a fim de ser bem apreendida. A paciência, a repetição e a prática ao lado de alguém que entende do assunto e que está ali com o objetivo de te ensinar vão fazer toda a diferença.

5. Último, mas de maior importância, trate dos seus medos aos pés do Senhor Jesus. (A) Certifique-se de que sua vida de intimidade com Deus está caminhando bem. Isso é fundamental e fará toda a diferença (tempo diário a sós com Deus de leitura da Bíblia e oração). (B) Ore intensamente especificamente sobre o assunto, com súplicas e com ações de graça (Filipenses 4.6). Peça também a outros irmãos mais próximos e parentes para orar também a respeito dessa tua dificuldade. (C) Encare o desafio como uma forma de glorificar a Deus – todas as coisas devem ser feitas para a glória dele (1 Coríntios 10.31). (D) Traga à memória versículos da Bíblia que te façam lembrar que o Senhor Deus é a fonte máxima de coragem e segurança para todas as horas. Até os fios de cabelo que você tem estão contados, então não tema (Lucas 12.7), pois ele se importa com essa situação também.

Faça essas coisas e que ao final, você possa falar como o salmista: “Busquei o Senhor, e ele me acolheu; livrou-me de todos os meus temores.” Salmos 34.4

Que o Senhor Jesus te ajude em sua caminhada!!


[1] Cf. Fobia Específica no DSM V: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, p. 197.

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Mulheres fortes mesmo em tempos de crise!

Nós temos muitas demandas em nosso dia a dia, temos que cuidar de muitas coisas. Muitas vezes nos sentimos esgotadas, desanimadas, tristes e fracas. E, agora, nesta fase de crise, tendo que cuidar da família de forma especial e tendo que nos adaptar a uma nova realidade, muitas vezes nos sentimos impotentes, sobrecarregadas e com vários medos. As preocupações e o desânimo podem tomar conta do nosso coração. De onde podemos tirar força? Nas Escrituras encontramos uma forma muito eficaz de nos enchermos dessa força tão necessária e importante para todos os momentos de nossas vidas.

Paulo, em Efésios 5.18–6.9, nos dá um passo a passo de como sermos mulheres fortes, não em nossas próprias forças, mas no Espírito Santo. É Ele quem nos enche dessa força poderosa! Vejamos:

“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.” Efésios 5.18-21

Para ter a força de que necessitamos, é necessário nos desvestirmos da velha natureza e nos revestirmos do Espírito Santo e esse texto nos ensina como fazer isso em quatro passos:

1º Para ser uma mulher forte em tempos de crise fale em Salmos

O momento em que vivemos é pesado, cheio de notícias tristes e que tentam de todas as formas tomar conta dos nossos pensamentos e, consequentemente, da nossa fala. Não permita! Fale sobre as Escrituras! Fale sobre o poder, o amor e o cuidado de Deus! Não fale coisas da sua cabeça, nem deixe o seu coração pecaminoso, às vezes cheio de medo, rancor e mágoa dirigir a sua fala. Não fale de coisas que não edificam! Seja consciente e use a palavra de Deus em suas conversas. Para isso, é necessário que você conheça a Palavra de Deus, gaste tempo com ela. Estude a Bíblia diariamente. Faça as suas devocionais. Tenha um tempo diário a sós com Deus.

2º Para ser uma mulher forte em tempos de crise louve ao Senhor de coração com cânticos e hinos espirituais

Para se encher do Espírito e da força que Ele dá, coloque louvor em seu dia a dia. Preste atenção na letra da música que você estiver cantando. Faça dessa música um louvor ou uma petição sinceros, ore os cânticos e hinos no momento em que tiver louvando! Tenha o hábito de ouvir louvores enquanto cuida das tarefas de casa, enquanto anda de carro etc. Você verá a diferença. Faça um lista dos seus cânticos preferidos no YouTube, Spotify e ouça-os. Ouça as listas de outras pessoas e varie os cantores que você ouve. Há muita coisa boa por aí.

3º Para ser forte e cheia do espírito é necessário ser grata

O Espírito Santo te encherá à medida em que você trocar a reclamação, o murmúrio e palavras vazias por gratidão. Devemos trazer à memória o que pode nos dar esperança (Cf. Lamentações 3.21). Ser grato o tempo todo e por tudo é muito difícil, mas lembre-se de que Deus já nos deu o que precisamos para ter uma vida cheia de gratidão (Cf. 2Pedro 1.3). Agradeça! Obrigue-se a agradecer constantemente. Procure nos detalhes motivos para agradecer e agradeça! Seja grata por seu marido, pelos seus filhos, pela sua casa, pela sua igreja, pelos amigos, pelos inimigos, por algo que você ganhar por mais simples que seja. Agradeça pela saúde ou pela falta dela, pelo cuidado de Deus sobre você nas pequenas e nas grandes coisas e pelos momentos difíceis. Tenha sempre uma atitude de gratidão, agradeça a Deus e as pessoas. Aprenda a dizer muito obrigada de coração sincero.

4º Para ser forte e cheia do Espírito é necessário ser uma pessoa submissa nos termos de Cristo

4.1 Submissão x Orgulho

“Serei mais forte se for submissa”? Sim, eu sei que isso pode soar contraditório em nossos dias. Este é um assunto muito difícil. Não apenas por causa do feminismo que, em alguma medida, a todas nós influencia, mas também pelo fato de que vivemos em uma sociedade que exalta o orgulho. O orgulho mata a submissão de qualquer pessoa e em qualquer contexto. Ser orgulhosa é visto como algo positivo e é incentivado pelo mundo ao nosso redor. Fica muito difícil ser submissa com tantas vozes dizendo o contrário. Mas note que para viver melhor nesse mundo é necessário ser submissa. Precisamos nos submeter às leis de trânsito, aos horários dos compromissos, às pessoas que estão acima de nós em nosso trabalho, aos nossos funcionários, respeitando-os e às leis que regem esse vínculo e até mesmo em uma simples fila de supermercado é necessário ser submissa e respeitar a sua vez. Em todo momento temos que estar submissas às regras e às pessoas. A pessoa insubmissa vive insatisfeita; não concorda com nada, suas ideias são sempre superiores e o resultado é viver arrumando confusão.

4.2 Submissão no Lar

Em nosso lar não é diferente. Deus fez a família com ordem. Existe dentro do lar uma hierarquia: os filhos se submetem aos pais obedecendo-os e honrando-os, a esposa respeita ao marido, submetendo-se a ele como o líder e cabeça do lar e o marido se submete a Deus, amando e cuidando da esposa e ensinando os filhos com disciplina e na admoestação do Senhor. Todos se submetem a Deus e uns aos outros no temor de Cristo. Essa é uma família espiritualmente saudável. Portanto, submissão é uma das formas de você, mulher, se encher do Espírito Santo! Faça a sua parte no lar independente de como agem os demais (cf. Ef 5.33), pois Deus conhece as suas lutas e é Ele quem te dará forças!

Conclusão

Sempre precisamos de força, mas em tempos de crise isso fica ainda mais evidente. Neste texto, vimos que são necessários quatro passos para termos essa força que vem da plenitude do Espírito Santo: 1) Devemos falar em salmos, conversar sobre a Palavra, colocar versículos bíblicos em nossas conversas diárias. 2) Devemos louvar ao Senhor em nossa casa, em família e sozinhas, cantar e ouvir, por exemplo, boa música de louvor a Deus. 3) Devemos ser gratas: verbalize a sua gratidão a Deus e às pessoas, por tudo e em todo tempo. 4) E, finalmente, Pratique a submissão: estude mais sobre o assunto, se necessário, e esvazie-se de si mesma. Que Deus nos abençoe e ajude a sermos mulheres fortes em tempos de crise e em tempos de paz.

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Um diálogo entre um “crente ímpio sincero” e um novo convertido.

Novo convertido: E aí, Paulo, tudo bem? Eu estou meio confuso com relação a algumas coisas na igreja. Como você sabe, eu me converti há uns seis meses, mas estou com dificuldade de compreender algumas coisas. Você pode me ajudar?

“Crente Ímpio”: Oi Roberto, tudo bem, com a graça de Deus! Claro que posso!

Novo convertido: Ouço muitos ensinamentos aqui na igreja todos os domingos, mas, na prática, não vejo muito isso na vida de alguns cristãos, inclusive de algumas pessoas aqui da igreja. Por que isso acontece? Não existem regras para os cristãos? Podemos viver de qualquer jeito apenas indo à igreja aos domingos?

“Crente Ímpio”: Cara, tem uma galera aqui dentro que vive diferente, mas são pessoas que são chamadas pra serem assim, mais radicais, mais santas, mais isso não é pra todo mundo, não . No geral, sim, podemos viver do jeito que queremos.

Novo convertido: Podemos ir a qualquer lugar?

“Crente ímpio”: Sim, podemos ir aonde quisermos, tipo balada e lugares assim…

Novo convertido: E viver mentindo?

“Crente ímpio”: Meu, é meio ruim, mas tem hora que não tem jeito, né?

Novo convertido: E falar mal das pessoas, causar intriga?

“Crente ímpio”: Pode, vc sendo esperto e tomando cuidado, pode.

Novo convertido: E ter relações sexuais antes do casamento?

“Crente ímpio”: Sim, pode. Só tem que se proteger.

Novo convertido: E adultério?

“Crente ímpio”: Meu, é complicado, né, mas no fundo Deus perdoa! Pense em Davi! É graça, cara!

Novo convertido: E ter relações sexuais com pessoas do mesmo sexo?

“Crente ímpio”: Então, nisso a Bíblia é meio ultrapassada, tá ligado? Hoje em dia a gente sabe que não dá pra ficar reprovando as pessoas que tem essas vontades.

Novo convertido: Entendi. Aqui também tem umas irmãs que se vestem com roupas indecentes pra mostrar e marcar bem o corpo. Isso pode?

“Crente ímpio”: Sim, pode também, o pessoal ainda posta na internet e não tem problema… é moda, né? E a galera curte o post, inclusive o pessoal da igreja, bora ganhar curtidas!

Novo convertido: Mas abortar não pode, né?

“Crente ímpio”: Olha, não dá pra falar contra, se não as pessoas não gostam. A gente pode até ser processado. Tem que ver que os tempos são outros, né? Tipo, meu corpo minhas regras!

Novo convertido: E pornografia?

“Crente ímpio”: Sim, escondido pode. Ninguém é de ferro!

Novo convertido: Mas e o temor a Deus?

“Crente ímpio”: Não precisa, bobo! Você ainda não entendeu. Temor a Deus não é medo, é respeito. Que motivo nós temos pra ter medo de Deus? Ele é amor e graça e ponto.

Novo convertido: Mas e a palavra “tremor”, que muitas vezes aparece junto de “temor” na Bíblia?

“Crente ímpio”: Não faz sentido, porque Deus é amor! Mas deixa pra lá. Olha, o importante é ter respeito, respeitar a opinião dele e ele respeitar a sua, não é assim no mundo?

Novo convertido: Então Deus é só amor?

“Crente ímpio”: Claro que não, Deus é amor E graça!

Novo convertido: Ouvi falar em uns vídeos da internet sobre a doutrina da santificação? O que é isso?

“Crente ímpio”: É ultrapassada, antiga, não precisamos mais disso…até porque, se não, as pessoas começam a achar que são as obras que salvam, não mexe nisso, não. Se você começar a pensar nessa doutrina as coisas ficam muito difíceis. Já pensou se eu tenho que parar de assistir certas coisas, se eu tenho que me privar de postar o que me engrandece, ou ainda se eu tenho que pensar melhor pra comprar roupas e me vestir, você já pensou se eu tiver que me policiar quanto as coisas que eu falo? Imagina se eu entendo que amor não é bajulação? E se eu tiver que falar a verdade? Cara, se eu vivesse desse jeito ia me queimar com geral. Isso seria muito difícil e chato. Cara, esquece esse negócio de santificação. Deixa pra lá. Somos cobertos pela graça!

Novo convertido: Mas e os textos bíblicos que a gente lê na igreja que falam sobre santidade?

“Crente ímpio”: Na prática a gente pula e vê só os textos fáceis e cheios de promessas! Se não, não dá! Você não vai conseguir viver de jeito radical nesse mundo.

Novo convertido: Mas eu ouvi esses dias sobre a depravação total também. Me fale um pouco sobre isso.

“Crente ímpio”: Essa doutrina é legal, é justamente isso, agora você matou a pau! Essa doutrina vem pra confirmar que todos os homens estão presos no pecado. Não dá pra viver na santidade. Entendeu agora, cara? Ainda bem que você me lembrou dessa doutrina… Eu nem entendo muito quando o pastor prega sobre lutar contra o pecado. É muito pesado e desnecessário. Tá certo que às vezes fala bem dos pecados dos irmãos e tem irmão que precisa ouvir umas verdades, mas, na prática, não rola. Lutar contra pecado é difícil, já era. Nós somos totalmente depravados. Quando ouço uma mensagem assim eu fico pensando: Será que esse pastor, que estudou pra caramba, não sabe que fomos salvos pela graça e podemos viver do jeito que quisermos? Afinal somos pecadores! É isso aí, cara, depravação total é o lema, uhuuuu!!

Novo convertido: E a lei de Deus, aquela coisa da Palavra servir de guia, de luz para o caminho?

“Crente ímpio”: Tudo coisa do Antigo Testamento, da era da lei. Ficou tudo no passado. Só alguns versículos do Novo Testamento é que são bons para a prática. Tipo assim, é para a gente ter o conhecimento, porque o conhecimento é mega importante na nossa época, mas na prática só alguns versículos são úteis.

Novo convertido: Vi algumas pessoas comentando que foram pular carnaval. Carnaval pode?

“Crente ímpio”: Cara, no bloquinho pode. Assistir também tá liberado. Ir é meio pesado, mas tem gente que vai.

Novo convertido: Outra coisa, às vezes vejo as pessoas usando as mídias sociais postando coisas contrária à Bíblia, coisas que engrandecem o “ego”, isso é normal? Isso não é idolatria de si mesmo?

“Crente ímpio”: Claro que não cara, isso não é idolatria, isso é amor próprio!! O crente tem que ter uma autoestima lá em cima, porque se eu não me amar, como vou amar o próximo?

Novo convertido: Uma última pergunta: e essas catástrofes, doenças pelo mundo não são sinais da ira de Deus sendo derramada?

“Crente ímpio”: Não, meu filho, essas coisas são obra do Diabo…. (pensando: ainda bem que era a última pergunta, o cara é chato hein?!)

Novo convertido: Não estou entendo mais nada.

“Crente ímpio”: Cara fica frio, com o tempo essas coisas passam e você se acostuma em ser crente. O mundo vai moldar sua mente e você vai conseguir conciliar as coisas. Fica frio! Ou melhor, fica morno! Você ainda tá muito crente. O seu coração (enganoso e desesperadamente corrupto) e seu bom senso vão te ajudar a selecionar o que você pode e não pode aplicar das Escrituras. Você vai começar a selecionar na Bíblia os versículos que são úteis pra você e tudo ficará mais tranquilo. E com o tempo você para de amar tanto a Deus e se apega no fato de que Ele é quem te ama e pronto! E lembre-se Deus é amor!! Isso que você está vivendo agora se chama primeiro amor, isso passa, fica tranquilo!

E assim o novo convertido se foi, bem confuso, enquanto o crente ímpio ficou pensando: esses novos convertidos, não sabem de nada”… ira de Deus… cadê a ira de Deus?!

É tempo de arrependimento, de clamar ao Senhor por perdão e misericórdia!! É tempo de abandonar os nossos pecados, nossas idolatrias e tratá-los com seriedade diante do Senhor que é Santo, Santo, Santo!! Que Ele nos ajude!!

se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar, me buscar e se converter dos seus maus caminhos, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.” 2 Crônicas 7.14, ARA

Adorem o Senhor com temor; exultem com tremor. Beijem o filho, para que ele não se ire e vocês não sejam destruídos de repente, pois num instante acende-se a sua ira. Como são felizes todos os que nele se refugiam! Salmos 2:11-12 NVI

PS. Sim, nós fomos salvos pela graça mediante a fé, com base na obra perfeita e nos méritos de Cristo. Nada disso vem de nós, até porque estávamos mortos em delitos e pecados, nada tínhamos para oferecer a Deus, é amor, favor e obra de Deus. Mas Deus nos salva para as boas obras que Ele mesmo preparou para que andássemos nelas. (Efésios 2.8-10). Assim sendo, salvação e santificação andam juntas!

Esses sermões do Dr. Augustus Nicodemus nos links abaixo explicam com toda clareza a eleição de Deus e a santificação dos seus filhos! Vale a pena assistir!

https://youtu.be/GerKGv6_2VM

https://youtu.be/1ERAv9SXOtw